Professora Doutora Jussara Farias Fardin
Entrevista: Mulheres na Engenharia
Falar um pouco sobre a sua formação, porque escolheu engenharia e quem te incentivou nesse processo
Fiz a graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Espírito Santo (1978), o mestrado em Engenharia Elétrica na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1983) e o doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Hoje sou professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo.Venho desenvolvendo trabalhos na área de fontes renováveis, microrredes, smart grid, identificção de sistemas e supercondutividade aplicada a sistemas de energia. Na graduação foram 5 anos de muito estudo, emoções, grandes e duradouras amizades, aprendizado constante, mestres marcantes que aqui serão representados por Joost Pieter Rey e sua sabedoria, José Plínio Baptista e seu entusiasmo, Carlinhos Larica e sua juventude, Antonio Brasil Batista e sua assertividade, Eliane Batitucce e sua delicadeza, Maria Auxiliadora Vilela Paiva e sua beleza, D. Myrtha Sallocker Fayet e seu cuidado com a notação técnica e a caligrafia, prof. Dante e sua total dedicação ao DEL além das tiradas memoráveis. No mestrado e no doutorado também tive exemplos, mas a graduação é a pedra fundamental nesta formação.
Desafios que você encara sendo mulher no meio da engenharia
Os desafios enfrentados por ser mulher ou homem existem na Engenharia ou em qualquer outra profissão. Especificamente falando, a mulher está sujeita a um mundo culturalmente masculino no qual as virtudes do ideal feminino se perderam propositalmente quando deveriam estar complementando aquelas do ideal masculino. Quando não há equilíbrio todos sofrem as consequências. Neste ambiente cultural temos que lidar com o machismo, domínio dos atributos do masculino, reinando em qualquer profissão, sendo todo julgamento de competência feito baseado nos atributos masculinos. É com esta armadilha que todos nós, homens e mulheres, devemos estar atentos.
Experiências memoráveis que teve no mercado de trabalho (boas ou ruins)
Sempre trabalhei na universidade e tenho um banco de experiências inesquecíveis. Acompanhei, e continuo acompanhando, as lutas pela consolidação e valorização das universidades públicas, a criação dos cursos de pós-graduação, o crescimento da estrutura da UFES em seus campi, e cada aluno que passa pela Engenharia Elétrica, no caso, me faz viver uma experiência memorável.
Uma mensagem para as mulheres que querem se tornar engenheiras
Se é esta a sua meta, lance mão dos ideais humanos, canalize a sua força de vontade e com perseverança (fazer sempre sem pressa e sem pausa) e constância (lembrar sempre da sua meta), seu objetivo será alcançado, mantendo seus ideais humanos.